No próximo domingo (1º de junho), celebra-se Pentecostes, também conhecido como Shavuot no calendário bíblico. Esta é a última das Festas da Primavera e representa a conclusão do ciclo iniciado na Páscoa. Embora muitas vezes lembrado apenas pelo evento de Atos 2, Pentecostes tem raízes profundamente conectadas ao calendário agrícola de Israel e à progressiva revelação de Deus à humanidade.
Diferente de outras festas, Pentecostes não possui uma data fixa. A Bíblia ordena que seja celebrada no quinquagésimo dia após a Festa das Primícias, por meio de uma prática chamada contagem do ômer (Sefirat HaOmer). Durante sete semanas completas, ao pôr do sol, o povo conta os dias com uma bênção específica até completar cinquenta.
Esse ato de contar, conforme descrito em Levítico 23:15-16, tem um significado que vai além da simples marcação de tempo. É um convite ao povo de Deus a entrar num processo de expectativa espiritual, acompanhando a transição da colheita do centeio (início da primavera) até a colheita do trigo, o grão mais nobre da terra e principal oferta de cereais em Pentecostes na época do Templo.
A contagem nos ensina a observar o crescimento dos campos e sua crescente cor dourada, dia após dia, e assim reconhecer a provisão diária do Senhor, desde os primeiros brotos até os campos maduros, prontos para a ceifa. Cada dia contado se transforma em um ato de gratidão e fé. Continue reading Pentecostes e a contagem do ômer: Entre a promessa e a colheita