O Grupo Parlamentar Brasil-Israel divulgou, nesta segunda-feira (2), uma nota de repúdio contra a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que voltou a chamar as ações militares de Israel na Faixa de Gaza de genocídio. O documento é assinado pelo grupo liderado pelo senador Carlos Viana (Podemos-MG).
– O Grupo Parlamentar Brasil-Israel manifesta, de forma veemente, seu repúdio às mais recentes declarações do presidente da República – diz o texto.
O grupo afirma que as acusações de Lula “são infundadas, desprovidas de respaldo fático e profundamente desconexas da complexa realidade do conflito” e lembra que o Hamas realizou, em 7 de outubro de 2023, “ataques terroristas que resultaram na morte de mais de 1.200 civis israelenses, entre eles mulheres e crianças”.
O texto critica o presidente por “omitir a situação das centenas de pessoas sequestradas, muitas ainda em cativeiro, inclusive em locais destinados à ajuda humanitária” e destaca que o Hamas “utiliza civis palestinos, inclusive crianças, como escudos humanos, agravando a crise humanitária na região”.
Por fim, os parlamentares pedem que Lula adote uma postura “responsável, equilibrada e digna da tradição diplomática do Brasil”.
A declaração de Lula foi feita no domingo (1º), durante o 16º congresso do PSB, em Brasília. No evento, ele afirmou:
– O que estamos vendo é um exército altamente militarizado matando mulheres e crianças. Isso não é uma guerra, é um genocídio.
O presidente também criticou o anúncio de 22 novos assentamentos de Israel na Cisjordânia, feito na última quinta-feira (29). No mesmo dia, o Palácio do Planalto divulgou nota condenando a medida.
No último dia 10, Lula já havia usado o termo genocídio ao se referir às ações de Israel em Gaza. Na ocasião, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) reagiu, acusando o presidente de antissemitismo.